quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Filhos que brigamos, filhos que amamos

Noite dessas, na novela das oito, passa uma discussão entre mãe e filha histéricas.

Minha filha de pronto comenta: __Essas duas aí serão eu e mamãe amanhã!
E eu respondo: __Claro que não! Nunca vamos gritar assim uma com a outra. Primeiro porque devemos nos respeitar e depois, pensei um instante, você já me viu berrando dessa maneira com alguém? Jamais faremos isso!

Depois fiquei analisando... O que será que a fez nos enxergar naquelas duas personagens?

A resposta veio fácil: Nós brigamos muito! Nós não (vírgula), eu brigo muito com ela!
O fato é que eu e minha filha mais velha somos muito parecidas. Temos jeitos parecidos, temperamentos parecidos, manias parecidas, defeitos parecidos.
Tendemos a nos entender melhor com filhos diferentes de nós. Aliás, qualquer relacionamento , seja ele entre irmãos, amigos, parceiros... Quanto mais a outra pessoa se parece com você, mais atrito.

E no que se refere a filhos, até pela hierarquia da relação, cobramos muito mais quando ele se parece conosco. E o motivo é apenas um só: Não suportamos ver os nossos defeitos nos nossos filhos. Não aceitamos a idéia de que ele possa vir a sofrer pelos mesmos motivos pelos quais um dia sofremos.

É uma questão importante a ser trabalhada, até porque esse excesso de conflito pode gerar a idéia de que as brigas acontecem por falta de ou pouco amor. Quando eu penso que, na verdade, esses filhos que tem tanto de nós são os filhos que mais amamos.

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